terça-feira, 5 de julho de 2011

As redes sociais me enlouquecem.

É isso mesmo, aquele mundo de gente me enviando informações diversas, ora parecendo as pessoas mais populares e felizes do mundo, ora me angustiam de tanta depressão.
Acho que minha exigencia pessoal é muito baixa em termos de gente.
Adoro meus amiguinhos, mesmo, tenho carinho profundo e sincero. Fico felicissima quando algo dá certo pra eles, e choro junto quando algo vai mal. Sinto mesmo.
Talvez por isso seja tão complicado pra mim adentrar o mundo de centenas de criaturas ao mesmo tempo. Não considero nem metade das pessoas que estão no meu orkut ou facebook meus amigos. Simplesmente não são. São sujeitos que estão ali e que eu posso trocar uma mensagenzinha rápida uma vez na vida, ou nem isso. Só estão ali pq pediram licença e, para não ser rude, eu dei.
Acho que psiquicamente falando eu sou uma pessoa de carne-osso-telefone, no máximo. Sim adoro o msn, adoro bater altos papos com algumas pessoas de lá. Mas, no fim do alto papo, eu costumo sair vazia, com a estranha sensação de que eu não conheço a pessoa do outro lado. A liquidez do Bauman...
Eu me sinto pressionada pelas redes sociais a conhecer as novas tecnologias, a ter assistido mil filmes e seriados, a ter lido vinte revistas/colunas/jornais.
Affe, dá um tempo aí... tem horas que eu me deixo levar por tudo isso, e fico triste. Mesmo, profundamente triste... de parar pra pensar na vida.
Daí é a hora q eu me lembro: "ei, eu não quero saber dessas novas tecnologias, não tô afim de incluir mais uma série nesse momento da minha vida, eu quero deitar, ler um livro qqr de literatura ou psicologia, colocar compressa de água gelada nos olhos, ouvir uma música bem bacana, e, no máximo - de novo -, ligar pra alguém".
Esse furdunço de internet me cansa de vez em quando e eu fujo mesmo, sumo... fico ali morrendo de desejo de poder encontrar uma boa companhia para ir pro parque do cocó caminhar lentamente e tirar fotinhas ridículas que ficarão guardadas no computador, longe das redes sociais.
Nada como a paz de não ter mil pessoas buzinando no meu olho o que estão fazendo, lendo, vendo, comendo, pensando... eu heim... Evasão de privacidade mesmo...
Pronto, desconectei... deu preguiça!

domingo, 3 de julho de 2011

Os pombos...

Eu acredito até que hoje eu estou bem. Com uma densidade que não se aprofunda tanto.
Manhã, ainda meio cedinho, preparada psicologicamente para ir de tarde assistir o jogo do Brasil, fazer compras com a mamãe em breve, e de noite, quem sabe, dançar.
Faz tempo que eu não danço. Poderia me fazer bem para espantar uma aura pesada que venho carregando devido a uma pequena porção de histórias que tenho vivido.
"Tô exausto de construir e demolir fantasias" (Caio Fernando Abreu). Essa frase vem rimando com o início do livro que estou lendo "Comprometida" de Elizabeth Gilbert, onde ela relata que, uma determinada cultura, a nossa famigerada criação de expectativas para sermos felizes é algo que não faz eco no entendimento dessas pessoas. Inveja, foi o que senti. Ando pesada de fazer expectativas, de tentar dar um significado pra cada coisa ao meu redor. Queria mas não consigo viver sem doar meus pensamentos aos fatos.
Há uns dois dias, eu seguia para mais um expediente na clínica, quando vi um rapaz meio acabado morando num desses apartamento que ficam em cima de uma padaria, estava ele sem camisa, deruçado na janela, cigarro na boca, na mão esquerda uma vasilhinha, e a mão direita despejava o-que-quer-que-fosse no pararapeito para alimentar os pombos, que estavam em grupinho de cinco a se fartar. Nem por um segundo ele me pareceu pensar que os pombos são bichinhos bontinhos, mas transmissores de uma infinidade de doenças - que eu nem sei quais.
Ele simplesmente vivia e fazia o que lhe deu na hora fazer.
Enquanto isso eu curtia o ar-condicionado do carro, escolhia uma música que combinasse com meu humor e a criação de mais uma historinha que eu provavelmente nunca viverei...
Por umas razões indizíveis, venho conhecendo e, às vezes, me apaixonando por nvas cantoras da MPB. Quanto tempo vai durar? Talvez uma semana, enquando a razão ainda se tornar importante na minha vida.
Tem coisas que nos escorrem pelos dedos. E nem adianta, só nos resta olhar ir embora com um certo ar de saudade ou agunia. Ou ainda, tem coisas que nem tem como escorrer pelos dedos, já que nunca nos foi dado a sentí-las em nossas mãos...
Quando foi que tudo ficou tão complicado!? E, mais importante, quando eu vou olhar pra tudo isso e vou rir como mais um momento de estranho aprendizado na vida?