quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ilusões positivas, porque não?

Estou fadada a morrer de cancer ou de alguma doença que possa ter sua causa, ou avanço, reconhecido pela triste insistencia em ser uma realista.

Eu e minha mania de ver a realidade da forma mais provável (e eu não disse "mais correta"!). Isso sempre me faz parecer uma pessimista.

Há 12 anos eu estudo sobre pessoas. Ok, isso ainda é muito pouco, e meu trabalho ligado diretamente a elas se resume à 6 anos. Mas alguma coisa eu devo ter aprendido com isso, e alguma coisa eu devo imaginar que sei do que se trata.

Mas não adianta. Quando eu falo, ninguém escuta. "Ah, deixa de ser pessimista, vamos pensar positivo!". Ok, eu posso fazer isso, eu penso positivo, afinal não custa nada esperar que coisas boas e milagres aconteçam... mas, eu normalmente sei o que provavelmente vai acontecer quando eu digo que vai dar merda, ou quando falo sobre os padrões inegáveis de algumas pessoas.

Eu sei também que seria mais saudável pra mim - física e psiquicamente - se eu ficasse caladinha e criasse, e alimentasse, para o outro as ilusões positivas. Aquilo que beira o otimismo. Algo parecido com o "jogo do contente" ou a fantasia da paz mundial.

Assim meu nível de cortisol poderia, quem sabe, diminuir um pouco, e a quantidade de vezes que eu diria "eu falei", "eu te disse", "é, eu já sabia", iria diminuir também.

Mas eu acabo abrindo mão desse recurso psicológico quando se tratam e questões prévias, e deixo para usar quando a catastrofe já ocorreu. Eu lido com o coping pós-fato. Já que, antes do acontecimento, pra mim - PRA MIM - é mais inteligente ver com um olho mais crítico e realista do que fantasiar e cair de uma nuvem mais alta.

É claro que eu - pobre mortal que sou - digo muitas vezes pra mim mesma: "eu te disse", "tá reclamando de quê?". Já que é bem interessante tentar caminhar em cima de ilusões e acreditar que as pessoas têm alguma bondade em suas almas e algum deus benevolente em seus corações, mesmo quando eu já sei toda a ladainha!...

sábado, 14 de maio de 2011

Eu Lembro!

Essa semana tenho lido a coluna Nossa Intimidade do Ivan Martins como quem come pipoca.
Li o texto em que ele fala sobre ter esquecido o primeiro beijo. E ontem, balançando na rede com o sujeito-em-questão, perguntei se ele lembrava das primeiras vezes dele.
Até agora sinto mágoa da resposta.
"Não".
Ainda não sei dizer o que me incomoda no não tão certeiro dele. Se o fato de minha curiosidade nao foi correspondida com o discurso esperado (que, certamente, ia alimentar algum ciume tolo). Se o fato de me incomodar que alguém não guarde para si coisas tão interessantes e leves e conflituosas como as primeiras experiencias em algo. Ou se o fato de eu me colocar no lugar de uma pessoa que pode ser esquecida um dia...
Lógico, cabeça de mulher é uma praga mesmo. Toca no assunto depois acha ruim...
Flávio Gikovate me daria um sermão com voz torpe e ainda me chamaria de reclamenta (sou, e assumo).
Pois eu me lembro de muitas primeiras vezes... primeiro beijo, (primeiro beijo com cada namorado/caso importante que tive também), primeiro contato com sexualidade a dois, primeira transa, primeira entrevista de estágio, primeiro cliente, primeira menstruação...
As coisas ruins então, nem se fale... mas essas eu tenho tentado esquecer... =)