domingo, 13 de fevereiro de 2011

Família Eh, Família Ah...

Há quase dois anos eu moro com a minha mãe de novo. Além de isso me trazer os des-prazeres de dividir a casa com alguém que não me considera uma adulta, eu ainda sou presenteada com a visita da minha irmã e a família dela. Uh-Hu...
Quando as pessoas passam a se tratar como se o tempo tivesse, de fato, passado?
Até hoje, minhas poucas conversas com minha irmã giram em torno de uma competição barata que começou quando ainda éramos criança. Quem é a mais inteligente? Quem é a mais divertida? Quem é a mais simpática? blá-blá-blá...
Será isso um mal que aflige todos as famílias com dois filhos, aquelas em que um sempre pode ser - e será - o oposto do outro?
Tenho um imenso preconceito em relação a filhos únicos. São mimados, cansativos e me matam de tédio.
Mas tenho começado a pensar em relação a essas famílias com dois filhos... ter que assumir uma personalidade antagônica é macabro pra qualquer pessoa. Ao menos as famílias com vários filhos, onde os pais sequer podem se dar ao luxo de pensar sobre a personalidade de cada filho pq tem sempre um bebê para ser cuidado, os indivíduos podem pensar em se independer...
O que fazer quando você nasceu em uma família que insiste em fazer comparações?! Como se tornar alguém individual?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pensando...

Poderia o ato de ajudar vir do medo de ser ajudada e não aprender a me virar sozinha?
Não importa os lados que você olhe, normalmente você me verá ajudando pessoas. Um apoio moral, uma palavra gentil, uma ideia brilhante, uma forcinha extra para carregar coisas...
Mas normalmente eu não peço ajuda. E quando as pessoas se oferecem, eu nego, ato contínuo. Mesmo que eu esteja precisando de algo, ou alguma coisa, eu penso que devo me virar sozinha, ainda que nem tudo saia como o imaginado.
E eu andei pensando nisso em outras pessoas. Pessoas que eu tento ajudar muitas vezes e elas se negam a ser ajudadas.
Teríamos um certo medo de ficarmos dependentes?
Valeria então fazer tudo o mais sozinho possível para não correr o risco de nos encontrarmos em uma situação difícil, sem que os auxiliares estivessem por perto, e não conseguirmos dar conta do recado?
Normalmente eu acho que sim.
E quando as coisas apertam na minha vida, eu só estendo a mão para ser ajudada por uma única pessoa (e com limites): minha mãe.
Talvez por que eu acredite que ela nunca/jamais irá jogar na cara que me ajudou ou me chamar de incompetente. Talvez por ser uma questão biossocial (ou seja lá como escreve isso, depois vejo).
Outras tantas vezes eu vejo certas dificuldades como desafios, uma forma de mostrar pra mim mesma que eu sou capaz de superá-los.
E quando não consigo, eu mudo o rumo...
Ser benevolente, na maioria dos casos, não passa mesmo de uma forma de egoísmo disfarçado?

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pessoas e seriados

Passei grande parte da minha vida sem a intervenção dos seriados no meu dia a dia. Simplesmente assistia TV aberta ou fazia qualquer outra coisa que não envolvia seriados. Tá, o Barrados no Baile eu via.

No início da fase adulta, aquela que você acha que sabe de alguma coisa, eu comecei a me familiarizar com os seriados que todos falavam há tempos... Friends, Sex And The City, X-Files... e outros.

Eu gostava dos seriados e realmente era legal passar um tempo ali sem fazer nada só rindo a toa.

O que eu demorei muito para perceber, e que vem se tornando uma percepção constante, é que algumas pessoas colam nos personagens que gostam. A ponto mesmo de suas personalidades e pequenas manias se tornarem parecidas.

Não sei se eu tenho uma personalidade/mania de personagem, essa fica para quem quiser pensar. Mas de primeira, sem pensar, eu lembro de 3 pessoas que, se você prestar só um tantinho de atenção, você vê os personagens por trás.

Tenho uma amiga que é a Raquel do Friends. A forma como cuida do cabelo, o jeito que mexe as mãos, a expressão corporal... está tudo ali, maquiado com outro corpo, mas ali.

Tenho uma grande amiga que é a Carrie do Sex and the city. A mesma personalidade, as mesmas inseguranças, o mesmo modo de pensar, os mesmos assuntos em comum. São tão parecidas que não conseguiriam ser amigas nunca.

E um amigo que consegue a façanha de misturar intensamente dois personagens, um da adolescencia e outro mais atual... O Mulder do X-files, com sua nerdesa e seu jeito aspero de falar às vezes, até um jeito meio parecido de se postar. E o Barney do How I Meet Your Mother. Sim, ele conseguiu juntar essas duas criaturas em um único ser. E ficou bem interessante.

Com o tempo, as pessoas vão meio que se entregando quando falam de seus seriados preferidos. Outro dia conheci (não é amigo, é alguém que vc conhece em uma reunião de amigos e troca apenas um "oi, prazer") um sujeito que era o Charlie do Two and a half men. Bom, não posso garantir que ele assistia o seriado e, portanto, não posso balançar a bandeira da influencia que houve aí.

Mas o fato é que a psicologia está certa nesse ponto, nós realmente nos envolvemos com a mídia que consumimos... não somos puros, nem naturais... nem um pouquinho.