domingo, 18 de agosto de 2013

Trintei, e já faz tempo!

E ali, nas beiras dos meus 32 anos, eu vou me deparado com o peso dos anos de uma forma cruel.
Basta uma amiga – um colega, uma conhecida – insinuar um convite pra uma saída mais agitada, e meu organismo se fecha em concha, corre pro cantinho do quarto e chora gemendo: “pelamordedeus, não!”.
É que só de imaginar a noite agitada, minhas costas doem, meus joelhos tremem de cansaço, e uma ressaca futura é anunciada pelo meu fígado.
E mísera ideia de sair por aí e dar aquela paquerada, uma sensualizada, que tanto me fascinou no passado, me deprime. Meu primeiro pensamento é quem vai morrer de tédio primeiro: eu o moço mais ou menos que resolveu me olhar. Em quatro segundos de conversa eu já consigo imaginar todos os problemas futuros, as angústias, as pequenas discussões que me cansam, me esgotam, e me geram noites de insônia, raiva e olhos inchados.
Quando um casal de amigos me chama pra uma saidinha leve, ou um jantarzinho em casa, é a coisa mais feliz. Eu ganho meu fim de semana só em pensar nisso. Abrir um vinho ou algumas cervejas, conversar com pessoas que me conhecem e me entendem, comer algo feito em casa ou pedido no delivery, não tem nada melhor.
Vou sendo atualizada da vida de pessoas que me importam, que eu quero ver bem. Vou falando dos meus atuais momentos, dos livros que me interessam, de assuntos que andei estudando, conversando, debatendo por aí...
Enquanto isso, as pessoas seguem desenfreadamente buscando uma aventura. Viajam sábado de manhã pra uma praia próxima, pra voltar domingo antes do meio dia. Passar horas no sol, na piscina, beber até algumas horas, fazer alguma atividade semi-radical. E que horas descansa? Eu preciso de descanso mais do que de dois litros de água por dia.
Por mais que eu adore o dia, e sempre tope sorrindo uma atividade diurna, um churrasco, um passeio a um ecoparque qualquer, eu preciso de um dia pra ficar quieta, sentada, deitada. Nem precisa ser sozinha, pode ser acompanhada, conversando alguma coisa bem bacana.
Nas não me venham com todas as aventuras pós-adolescencia de viver a vida de forma desenfreada. Já brinquei disso, adorei, me desgastei horrores, e ri loucamente. Ótimo. Mas passou. Agora eu quero um pouco de paz e sossego, e um papo bom, com alguém que tenha o mínimo de conteúdo pra fazer render qualquer assunto que seja.
Trintei, e já faz tempo!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ainda não!

E chegava a conclusão, que já chegara antes umas mil vezes, que aquilo tudo era muito errado. Que não podia, não cabia, não fazia o menor sentido.
Precisava da liberdade de sentir. Estava cansada de esconder, de si, dele e dos outros o sentimento que saltava feliz ou infeliz dentro do peito.
Sabia que tava na hora de mandar pros infernos e só deixar o sentimento existir no tempo dele, até onde ele quisesse estar, enquanto ia minguando aos pouquinhos, rasgando cada parte do corpo...
Mas agora não, ainda não, ainda não dá... espera mais um pouquinho e já já pode!