domingo, 26 de setembro de 2010

Atoladinha do Tom Zé...

Faz-se necessário conhecer Tom Zé nessa vida...

Não por outra coisa, é possível que ele seja apenas um velho e ponto. Mas é um dos velhos e ponto mais interessantes que eu já conheci. Ele vai e vem no meio de tantas coisas e teorias que ele se desfaz no meio da inteligência e passa ao ser interessante! Ele descredita a inteligência.

Me arrisco a caracterizar Tom Zé como um cara totalmente Música Popular. Por que é do dia a dia e do popular que ele tira o que canta. Adoro acompanhar as idéias do cara...

Sem mais o que dizer, porque palavras não expressão exatamente meus pensamentos agora, jogo um vídeo do youtube sobre Tom Zé e atoladinha...

Vê aí:
http://www.youtube.com/watch?v=hubD31XaHqU

Ps.: ontem show do Arnaldo Antunes... ainda estou sentindo o show, não vou falar dele agora!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Êta rotina besta, meu Deus.

Drummond já bem sabia... tem dias que a vida tá besta que affe!
Chega uma sexta-feira e eu tô em casa, sem nenhuam expectativa de sair. Esperando o sujeito-em-questão (é assim que vai ser chamado a partir de agora) chegar pra jantar, passar meia hora batendo um papinho que-hoje-eu-não-tô-afim, ir embora e depois eu ir dormir.
O melhor acontecimento do dia foi passar uma hora brincando de palavras com minha sobrinha de três anos e meio enquanto cortava tomate-cebola-e-alho pro molho.
Fora isso passei o dia trabalhando, procurando um blog que me fizesse perceber normalidade no meu caos, lembrar de domingo (não exatamente isso), e esperar do fundo do meu coração que dias como hoje demorem a se repetir, mesmo sabendo que tem sido assim.
Queria mesmo era sentar ao ar livre, abrir uma cerveja, colocar os pés no chão e bater um fato que varie do suave ao filosófico.
Mas eu olho ao redor e vejo que as pessoas estão fazendo praticamente as mesmas coisas chatas que eu... no máximo tão indo a um barzinho fazer o que eu gostaria de fazer em um lugar bem mais tranquilo.
Claro, me refiro aos da minha idade, e os que não tem filhos, porque com esses pode ser ainda pior.
Os mais novos devem estar loucos ao telefone combinando a próxima balada e planejando a ressaca do sábado de manhã. Também longe de ser o que eu queria.
Eu quero é ver gente nova, gente boa, com conversa bacana, gente mais velha ou mais nova, mas que tenha um bom-papo, um papo-bom.
Chega sexta eu tô cansada de ouvir problema, seja meus seja dos outros, eu quero mais é rir a me acabar. Quero quebrar a cabeça com coisas sem sentido e leves, divertidas. Não quero pensar em conta pra pagar, nem na economia nacional, muito menos nas dinamicas dos relacionamentos.
É pedir muito!?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Biografia

No meio de uma conversa divertidissíma e infindável com as paredes da minha sala percebi que, aos poucos, estou me tornando um museu contemporâneo das vidas alheias. Ou, deveria dizer, um baú já que daqui não sai nada...
Apesar de todas as semanas eu estar ligada há umas vinte e cinco pessoas mais ou menos, praticamente com nenhuma delas eu consigo realmente compartilhar algo.
Escuto os segredos mais infímos ou mais absurdos de muita gente. Mas os meus absurdos ficam com as paredes da minha sala nos meus horários vagos.
Meu biógrafo contará, com umas duas ou três páginas, a história da minha vida.
Claro que eu tenho ajudado e muito meu biógrafo. Tenho feito coisas biografáveis muitas vezes, a questão é alguém saber. Seja porque é íntimo demais, ou porque o tempo corre, eu acabo contando pras paredes. Elas sim sabem muito de mim.
Não é fazendo drama quanto a isso não. Tenho certeza que alguns amigos meus até ficariam sentidos se eu falasse isso pra eles. Mas o fato é que no mundo de hoje os monólogos são supervalorizados. Onde ninguém tem uma escuta legítima, encontrar alguém que faça isso nem que seja por alguns segundos já é lucro. E, culpa da profissão, muitas vezes a pessoa que abre os ouvidos acaba sendo eu mesma. Culpo a modernidade por isso. Ou ao meu hábito de calar e/ou desprezar meus blá blá blás.
Bom, mas minhas paredes sabem que estou com o autoconhecimento bombando. Apesar de não ter conjugado intenção e gesto até agora, sei que muita coisa precisa ser mudada. E que eu vou precisar de uma dose extra de coragem e maturidade pra colocar essas mudanças em atos.
Resta esperar histerica e silenciosamente que meu biógrafo possa ter uma bola de cristal quando começar a escrita. Assim ele vai saber o quão divertida/confusa/risível/interessante tem disso essa fase da vida. Talvez ele nomeie de "Fase Auto-terapia" ou "Levemente Insana". Mas seria um capítulo digno de muitas risadas.
Só resta esperar! =P

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Memória!

Para, trava, segura, prende, fixa o momento.
Esquece o caso mas deixa o fato, apaga o peso.
Permite a leveza ficar. O gosto do novo. O sabor da liberdade. O reencontro.
Memoriza, grava!
Casa grande, música boa, conversa animada. Deixa o olhar ficar, deixa o olhar pesar. A cor do vestido. O leve sorriso. Guarda a timidez.
Segura, segura!

domingo, 12 de setembro de 2010

Frase de filme...

Eu estou apaixonado pela Summer.
Amo o seu sorriso,
seu cabelo, seus joelhos,
a marquinha de nascença de coração que ela tem no pescoço,
amo como ela lambe os lábio antes de falar,
O som da risada dela, o jeito que fica quando está dormindo.
Amo que ouço essa música (she's like the wind) sempre que penso nela.
Amo como ela me faz sentir.
Como se tudo fosse possível, tipo... como se a vida valesse a pena.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cérebro Ruidoso

Sindromes Silenciosas
John J. Ratey
Catherine Johnson

"A única característica que toda sombra mental tem em comum é o ruído. Quando estamos levemente deprimidos, levemente hiperativos ou levemente qualquer outra coisa, nosso cérebro deixa de funcionar como o centro silencioso e reflexivo de um mundo ordenado. Ficamos ruidosos por dentro. Por esse motivo identificamos a nós mesmo, ou alguém que conhecemos, em mais de uma sombra mental: todas elas resultam num estado de ruído mental. Não importa quais as suas particularidades, todas as sombras mentais têm em comum o ruído."
...

"É um ruído figurativo; metaforicamente similar à proporção de sinal para ruído muito baixo de uma estação de rádio cheia de estática. Dentro do cérebro ruidoso, nada é claro. O cérebro ruidoso não pode separar estímulos de pensamentos, nem entrando, nem saindo; tudo acontece simultaneamente."
...

"Nem todo mundo que luta com um cérebro ruidoso sentirá o ímpeto do estímulo, claro; há infinitas maneiras de reair ao estresse gerado internamente. Entre elas estão:

A fuga pela raiva: A raiva pode ser uma emoção estranhamente apaziguadora. Como se verá, a raiva é organizadora quando nos descontrolamos numa fúria, ficamos completamente contrados, envolvidos e unificados no sentimento contra o que quer que tenha nos levado a ira."
...

A fuga pelo sentido. E por fim, em geral, a fuga do ruído assume a forma de uma fuga pelo sentido. O estado ruidoso produz uma pressão quase insuportável por explicações, por títulos. Queremos saber o PORQUÊ; queremos chamar nosso estado pelo nome certo. Sentimo-nos melhor ao entendermos o que está errado conosco, mesmo que a compreensão nada faça para mudar o problema."
...

Aqueles que lutam apenas com disfunções menores na química cerebral, a fuga pelo sentido assume com frequencia a forma muito mais mundana de uma acusação. Sentem o ruído interno, e concluem que a culpa é os pais, ou do parceiro. É um dos aspecto mais destrutivos da luta com a confusão interna: deturpa-se a sua origem. Explica-se o caos básico, biologicamente adquirido, que acompanha qualquer das sombras mentais, não como o resultado natural de sua constituição química e física, mas pela culpa das pessoas e fatos que nos cercam."
...

"Muitas pessoas em estado ruidoso lutam para concrentrar-se estreitando drásticamente seu campo de visão. Roer as unhas é uma maneira de concentrar-se: quando o indivíduo se absorve roendo as unhas, seu cérebro sente-se mais calmo e organizado. Ele se concentra num campo de ação bem pequeno. Andar de um lado para outro proporciona a mesma sensação organziadora e tranquilizadora."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Nostalgia

Desde cedo tô ouvindo Engenheiros do Hawaii. Aquelas músicas do tempo de adolescencia. Do período de subir o serrote na cidade do interior, levando picolés baratíssimos, só para registrar nossos nomes nas paredes da atena de televisão. Dos amores escondidos e revelados apenas para as amigas/primas mais próximas.
Do período em que as festas eram regadas a forró romântico, e a tarde recheada de conversas à toa no batente da casa de alguém, nas escadas da igreja, no salão paroquial fechado.
Tempos que a gente ia para o "Alto" e ficava olhando o rio com o chinelo sujo do barro vermelho, especulando sobre o que acontecia na "cagece".
Época dos primeiros beijos, pequenas paixões, frios na barriga e nós na garganta pelos sentimentos mais bobos.
Brigas com tia-avó. Conversa na varanda até tarde. Cadeiras na calçada e voltas e mais voltas na praça...
Planos infalíveis e infindáveis para o futuro próximo e distante.
Não gosto de quem fui naquele período, mas ainda sinto falta de ser uma pré-adolescente, cuja única dificuldade era esconder que gostava do rapaz X, esperar que o sujeito Y quisesse me beijar e compartilhar pequenos segredos imbecis com as meninas.

Ai ai...

Saudade saudade saudade...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Chinelo Rosa

A semana grande e difícil, cheia, corrida, sem tempo de pensar no que tava fazendo, agindo, fazendo uma coisa depois de outra. Sem contemplação, sem análises, sem direito a saber o que eu tava fazendo no meio de tantos movimentos. Completamente não-eu.
O dia começou com personal. É chato quando a gente tá muito tensa e tem que fazer força, é como se todos os músculos reclamassem por terem que se mexer pra mover uma pena de lugar.
Depois correria... depois mais correria...
Parei pra assistir um treino de jiu-jitsu. É legal ver o treino, é legal apesar de eu não entender quase nada, mas de dá a sensação de que eu poderia fazer aquilo. Mas hoje não... depois da semana 'super' que eu vinha tendo, uma dupla no meio do 'bola' atingiu a platéia. Pés de um dele no meu rosto e braço.
Lágrimas... não pela dor, mas pela frustração da pancada...
Depois febre, pq é claro que no meio do caos eu adoeço sempre. Passei o resto da tarde entre dormindo e acordando no embalo dos 37,5.
Acordei com a sensação de vazio, carencia, falta, solidão, falta de eco e compartilhamento que dá nesses momentos estranhos da vida, quando você apenas quer que alguém pergunte realmente como você tá, sem esperar o básico "tudo bem" e mudar de assunto.
Me lembrei que tinha que preparar o jantar, minha responsabilidade. Tomei banho e me dei conta de que meu chinelo rosa estava lá embaixo. Cara que coisa tola, era só um chinelo, e eu tenho pelo menos mais 3... mas eu queria o rosa, e ele tava lá embaixo, e isso pareceu a coisa mais importante do mundo.
Quando fui descer pra buscar, ele tava no pezinho da escada, aqui em cima, a V. tinha subido ele.
O que dizer? De repente foi gesto mas singelo de toda a minha semana. Alguém ter trazido meu chinelo rosa pro pezinho da escada.
Nada mais tolo, mas nada mais fofo do que isso. E eu não paro de chorar pensando no quanto eu tava precisando só daquilo. De um pequeno gesto de "eu me importo".
Toda a tensão foi resumida. Todo estresse da semana poderia ser explicado com aquilo.