sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Entre uns e outros!

Depois do tal passe de mágica, o desinteresse veio chegando, sentou no meu colo, desejou bom dia e feliz aniversário. Por fim fez morada. Onde havia uma rotina criou-se o tédio. Tudo que fora dito, re-dito, proclamado... gerou apenas uma distancia abissal.
Enquanto isso, em uma outra estrada, surgiam incensos e cachaças e cantones. Respiração desacelerada, "olha a coluna", socos mais fortes, chutes mais firmes. O homem de chapéu de madrugada, o calor no corpo.
Os não-ditos que se instalavam. Um no tédio ou na curiosidade.
E uma avalanche de energia começava a se deslocar na promessa de fazer o caos silenciar por alguns minutos e virar paz.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O tal passe de mágica

Bem no meio da semana, deitada nas poltronas da clínica, esperando o próximo cliente, mp3 no ouvido, joguinho sem futuro no celular... a espera normal de sempre...
Só que dessa vez as coisas mudaram. Eu não sei quando, não sei como, não sei nem ao menos porquê... mas mudaram... Lá estava Just Breathe do PJ rolando. Uma música que eu tinha roubado de alguém, e alguém um dia usurpou de mim. Ela ia passando e eu me deliciando com a música, calma. E aí eu percebi: meu coração estava calmo, não tinha nem um único batimento mais acelerado que o outro, meu estômago estava quieto, nenhuma parte de mim tinha experimentado aquela sensação de 500 quilos de gelo sendo brutalmente depositado. Nada! Apenas minhas minha música de volta pra mim... Não me fazia pensar em determinados momentos em que o usurpador esteve deitado ao meu lado ouvindo no IPod. Não me fez lembrar algumas insônias chorosas. Não me fez lembrar nada!!!! Apenas q eu adoro a música.
Alguns dias depois, ouvindo outras músicas que tinham tudo pra me causar o mesmo frisson, a mesma sensação de resgate!
Era isso mesmo?
Assim, do nada, como num passe de mágica (abençoada mágica) eu estava curada?
Enfim, eu tenho minhas músicas de volta! Elas não me lembram mais ninguém, meu corpo não associa com outros momentos que não só meus, eu não preciso mais dos respondentes terríveis que teimavam em estar presente e me fazer esquivar das músicas q eu tanto amava!
Obrigada "de repente", obrigada "passe de mágica". É um prazer reconhecê-los!

P.s.: Agora sim, agora já pode!!!

domingo, 18 de agosto de 2013

Trintei, e já faz tempo!

E ali, nas beiras dos meus 32 anos, eu vou me deparado com o peso dos anos de uma forma cruel.
Basta uma amiga – um colega, uma conhecida – insinuar um convite pra uma saída mais agitada, e meu organismo se fecha em concha, corre pro cantinho do quarto e chora gemendo: “pelamordedeus, não!”.
É que só de imaginar a noite agitada, minhas costas doem, meus joelhos tremem de cansaço, e uma ressaca futura é anunciada pelo meu fígado.
E mísera ideia de sair por aí e dar aquela paquerada, uma sensualizada, que tanto me fascinou no passado, me deprime. Meu primeiro pensamento é quem vai morrer de tédio primeiro: eu o moço mais ou menos que resolveu me olhar. Em quatro segundos de conversa eu já consigo imaginar todos os problemas futuros, as angústias, as pequenas discussões que me cansam, me esgotam, e me geram noites de insônia, raiva e olhos inchados.
Quando um casal de amigos me chama pra uma saidinha leve, ou um jantarzinho em casa, é a coisa mais feliz. Eu ganho meu fim de semana só em pensar nisso. Abrir um vinho ou algumas cervejas, conversar com pessoas que me conhecem e me entendem, comer algo feito em casa ou pedido no delivery, não tem nada melhor.
Vou sendo atualizada da vida de pessoas que me importam, que eu quero ver bem. Vou falando dos meus atuais momentos, dos livros que me interessam, de assuntos que andei estudando, conversando, debatendo por aí...
Enquanto isso, as pessoas seguem desenfreadamente buscando uma aventura. Viajam sábado de manhã pra uma praia próxima, pra voltar domingo antes do meio dia. Passar horas no sol, na piscina, beber até algumas horas, fazer alguma atividade semi-radical. E que horas descansa? Eu preciso de descanso mais do que de dois litros de água por dia.
Por mais que eu adore o dia, e sempre tope sorrindo uma atividade diurna, um churrasco, um passeio a um ecoparque qualquer, eu preciso de um dia pra ficar quieta, sentada, deitada. Nem precisa ser sozinha, pode ser acompanhada, conversando alguma coisa bem bacana.
Nas não me venham com todas as aventuras pós-adolescencia de viver a vida de forma desenfreada. Já brinquei disso, adorei, me desgastei horrores, e ri loucamente. Ótimo. Mas passou. Agora eu quero um pouco de paz e sossego, e um papo bom, com alguém que tenha o mínimo de conteúdo pra fazer render qualquer assunto que seja.
Trintei, e já faz tempo!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ainda não!

E chegava a conclusão, que já chegara antes umas mil vezes, que aquilo tudo era muito errado. Que não podia, não cabia, não fazia o menor sentido.
Precisava da liberdade de sentir. Estava cansada de esconder, de si, dele e dos outros o sentimento que saltava feliz ou infeliz dentro do peito.
Sabia que tava na hora de mandar pros infernos e só deixar o sentimento existir no tempo dele, até onde ele quisesse estar, enquanto ia minguando aos pouquinhos, rasgando cada parte do corpo...
Mas agora não, ainda não, ainda não dá... espera mais um pouquinho e já já pode!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

E então!?

Tenho revisitado uma história antiga. Algumas vezes, alguns dias, regados a vinho. Entro em um e-mail semi-desativado e procuro as mensagens.
Estranho é que me sinto gente ao fazer isso. Me sinto real.
Não sinto saudade do sentimento. Mas reconheço como verdadeiro. Olho no meu presente. Olho meus dramas atuais e penso: "porra, aquilo sim, era drama". Aquilo eu vivi de forma inteira. O resto foi brincadeira de criança.
Engraçado... eu era tão jovem. Numa idade que muita gente não tinha vivido nem metade do que eu já tinha. E hoje com meus 31 pra 32, parece que eu brinco de sofrer... que nenhum sofrimento é como aquele. Não que não haja dor quando ela vem. Apenas é fulgás.. é como se a dor de agora dissesse: "mas, minha querida, você já sobreviveu a coisa muito maior".
Ok, que a solidão q eu imagino que iria sentir atualmente, nem se compara com a que eu imaginava na época. E eu lembro que na época eu virava noites e noites e noites regadas a vinho e lua cheia... caçando alguma amizade perdida e desprezada no tempo.
E talvez, só talvez, essa seja a diferença...
Acho que hoje eu sei onde recorrer às amizades. Sei me reaproximar de todas elas. Sei o quanto elas serão suficiente e o quanto elas serão falhas...

E não, hoje nem tem uma dor real. Teve um choro pelo passado... é verdade... e esse choro sempre surgirá quando eu remexer esse baú... paciencia...
Mas hoje o que eu tenho é o conforto de uma relação inomidada e semi-virtual. Que até que funciona. Três dias atrás eu questionei sobre minha rival e, parece, que ela perdeu. Então, estou bem!

Mas, quando revisito o passado... parece que nada, nunca, por nenhum segundo, vai me causar mais dor do que aquilo. E, por mais contraditório que seja, isso faz com que eu valorize mais o passado do que qualquer coisa.

Como se no fim não fosse tudo uma experiencia. Como se tivesse um ranking...

É errado eu dizer que aos 27 eu fui, por um tempo, mais madura do que aos 31?

quinta-feira, 4 de julho de 2013

BSB!!!

Saudade de Brasília... Saudade no osso!
Saudade do vento frio...
Saudade da terra vermelha...
Saudade dos prédios..
Saudade das ruas com letras...
Saudade da amiga e do cachorro dela...
Saudade da dor do por do sol...
Saudade de coldplay em Brasília
Saudade de estar lá...
Saudade da solidão no primeiro dia....
Saudade do primeiro sintoma de labirintite..
Saudade da chuva que nunca acabava...
Saudade do momento em que ela desenhou o mapa da cidade pra mim no jardim do pensionado...
Saudade da crise com livro e chocolate...
Saudade do cereal com num sei quantos porcento de fibra e activia...
Saudade do salgado de queijo que não tinha gosto de nada...
Saudade do ar-condicionado nunca ligado...
Saudade das roupas de frio nunca compradas...
Saudade do peso perdido
... do chão secando mais rápido...
... de correr e não suar...
... de depilar a perna e sangrar...
... de comprar livro no sebo...
... saudade arroz integral feio por lá...
... do bife...
... do vinho antes do avião...
saudade da saudade q eu sentia...
saudade das entre quadras...
saudade do feijão mineiro do namorado da amiga...
do banheiro com exaustor...
saudade da vida simples... do extra... do onibus vermelho... do chuveiro quente... do ar seco...
saudade... de 6 meses...
Saudade de ter 24 anos... Saudade de 2006...

domingo, 9 de junho de 2013

Onde?

Onde foi parar aquela pessoa que se emocionava quando via uma desigualdade cruel no mundo?
Onde foi parar aquela que morria por dentro em propagandas com cachorro? Em campanhas publicitárias que envolviam seus mais belos amores?
Perdida nas suas questões pessoais... egoísta, egocentrada, quase individualista. Contando os amigos com medo da solidão, não presente, mas futura.
Ainda se encantava realmente com a lua cheia? Ainda procurava as estrelas no céu do interior? Ainda armava a rede para ouvir música e contemplar a vida? Ou se perdera tanto dentro de si mesma, que já nem reconhecia mais os valores que tinha para si?
Chove agora... chove uma chuva que esperou o dia inteiro. E quando sentiu a primeira rajada de vento lembrou de quem era...