terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O que cala...

Percebia agora o que a deixava desconfortável nessa história: ela não tinha fala. Não que não tivesse o que dizer, mas porque quando dissera o resultado foi catastrófico.
Não pode revelar em palavras o carinho que sente, a falta que sente, sem uma prévia autorização, que chega só algumas vezes, a partir de determinada hora.
Compreendia! Como sempre, compreendia!
Sabia que por trás do olhar intenso e risonho, das puxadas de ironia e sarcasmo, e um papo mole e divertido, vivia as lavas de um vulcão revolto impossível de ser domado a não ser por ela mesma.
Sabia que o que oferecia era confuso demias pra ser posto em palavras claras. Que quando/se viesse deixar sair o que ela destilava apenas para si, não haveria interpretação válida que não o caos.
O outro lado ameaçava compreenção, e lá também havia um mar resolvo. Mas o outro lado não deixava vazar nem para si mesmo quando sóbrio. Medo? Pavor? Desassossego!!!
E no meio de tantas vozes ela, que se acreditava tão clara e explícita, silenciava. Não dava ao outro tudo aquilo que sabia poder e querer dar. Dava ao mundo e ia crendo que o outro percebia. Tolice!!! O medo que tinha de ver rejeitado seu mundo, só permite que demonstre - grandes demonstrações em comportamentos - mas sempre sem dar aquilo que o outro tanto tem pra receber!

....

Nenhum comentário:

Postar um comentário