sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Tudo Isso...

Sentia-se feliz!
Ainda com certa ansiedade pelo fim inevitável, vinha conseguindo agradecer a si mesma os momentos vividos.
Precisava falar. Precisava dividir os pequenos detalhes dessa histórias.
O que quer que disesse soaria como uma paixão avassaladora, mas ela até acreditava que não fosse. Maravilhamento. Encantamento. Doçura. Candura.
Mesmo sendo efêmero, agora poderia dizer que, ainda que por um suspiro de tempo, viveu uma história da maneira que gostaria.
Sentia o estômago sorrir cada vez que era convidada a vê-lo nas quartas. A cada vibração do celular quando ele estava fora. A cada instante em que desejava nunca ter qualquer tipo de demência que pudesse um pudesse apagar essas lembranças.
"Eu gosto muito de ficar contigo" - dito no escuro barulhento pelos lábios já bêbados.
"Passa as unhas nas minhas costas..." - o pedido de carinho no quarto frio.
"Tu é linda!" - anunciado em meio à lagrimas na noite insólita.
"Posso dizer que tu é muito bonita?" - frase de muito tempo atrás, no primeiro reencontro.
O cheiro do creme de pentear ("teu cheiro") comentado enquanto atravessavam a rua de mãos dadas às duas e muito da manhã.
Não, ela não precisava de qualquer coisa além do que tinha. Ela só precisava ter vivido isso, e só queria muito o que tinha.
Todos os dias repetia para si mesma, feliz: "É isso que eu quero. Isso é tudo que eu quero! Sem tirar nada! Sem acrescentar nada!"
E sorria!

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