Amanhã faz um ano que minha avó morreu. A matriarca da família, bem ou mal as coisas giravam um pouco em volta dela. Ela, e as longas histórias regadas a café e risadas, foram o que me levaram um dia a estudar gerontologia e a perceber a intensidade da história de vida daqueles que me rodeiam.
Hoje assisti o casamento de um primo, o dvd do casamento, que aconteceu uma semana depois da morte dela. Ele faz homenagens a ela.
Nesse ano tanta coisa aconteceu. E eu não poderia dizer que ela está fora. Chorei muito ao longo dos meses a morte dela. Tive vários sonhos com ela, alguns curiosos, outros quase assustadores - logo assim que ela morreu.
E eu espero que ela esteja tranquila e orgulhosa dos que ficaram. Apesar das loucuras que a vida nos trás. Da minha separação, das minhas mudanças, das mudanças na vida de todos ao nosso redor.
No fizinho ela já estava um pouco cansada e tristonha, mas a vida da minha avó foi sempre contada por ela com um sorriso no rosto e uma risada gostosa. E a sua morte, mesmo sendo relativamente repentina, foi significante pra mim. Ainda lembro claramente de todos os acontecimentos do dia, hoje só com saudade, sem a tristeza e a tensão que pairavam. Se eu fosse escolher uma forma de morrer, talvez fosse como a dela. Deitada na minha rede, na minha casa, cercada por pessoas que eu amo, e sem anúncio!
Amanhã, fecha um ciclo na minha vida, e eu já provei estar mais do que disposta a iniciar outro!
Então, que venha o novo!
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